DESLIGAMENTO
O processo de outplacement começa muito antes de o funcionário ser informado do seu desligamento da empresa. Feito pelo departamento de recursos humanos, muitas vezes em conjunto com uma consultoria especializada, planeja-se todo o processo de demissão.
A primeira preocupação é definir quem fica e quem sai da empresa de forma discreta, sem deixar vazar informação. Boataria de demissão é prática ultrapassada. "Se começar aquela história de "ouvi dizer que", a motivação dos funcionários cai, e muitos começam a procurar outro emprego", explica a vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Açucena Calixto Bonanato.
Ao anunciar o desligamento, a empresa deve transmitir os motivos com clareza, sem esconder informações. Às vezes, esse anúncio é feito muito antes do Dia D. A Parmalat, por exemplo, quando desativou uma unidade no final de 2001, comunicou a demissão dos funcionários oito meses antes. "Durante esse período, realizamos palestras e cursos diversos, com o objetivo de preparar os profissionais para o mercado", diz Djalma Gonçalves Barbosa, gerente de desenvolvimento organizacional e humano da empresa.
Na Natura, devido à mudança de localidade de uma fábrica, realizada no final de 2000, aproximadamente 80 funcionários foram demitidos. Eles participaram do programa de recolocação por seis meses, sendo que 35% deles conseguiram um novo emprego, e 15% abriram um negócio próprio, conta Cristina Rodrigues Liberado, gerente de RH.
Já na Danone do Brasil, a desativação de uma fábrica, no início deste ano, fez cerca de 300 pessoas perderem o emprego. Elas fizeram cursos de microinformática, gestão de negócios e português. "Essa filosofia já faz parte do grupo Danone em diversos locais do mundo. Que bom que agora no Brasil estamos tratando de forma mais digna e justa a questão do desemprego!", diz Sandra Rietjens, gerente de assuntos corporativos da empresa.
"As empresas modernas despertaram para a importância de