Desisto. volto a estaca zero no coração. nada de maturidade, modernidade,
Não consigo. Pavor, só de cogitar a ideia de nunca mais pensar em apenas uma pessoa, do abrir dos olhos grudados ao primeiro ronco desajeitado. Imagina só, quanta bravura é necessária pra não se abalar mais com o jeito que ele acorda devagar e fica enrolando na cama com vontade de não ir trabalhar.
Como posso buscar não me machucar, se só acho bom quando é dolorido? Quando o abraço parece que vai quebrar nossos ossos. Quando sinto a necessidade fisiológica de morder sua boca, querendo arrancar um pedaço pra levar comigo. Porque raios achei que poderia fazer uma coisa dessas? Quero mesmo é que ele crave as unhas nas minhas costas até deixar sua marca, que me deixe miserável de saudades só porque foi até o mercado.
Que se dane a segurança, já sei o caminho de volta se for largado. Catar os cacos é comigo mesmo, faço de olhos fechados, de coração partido, de orgulho ferido. Deixo para os adultos a relação calma, responsável, equilibrada. Se uma hora der tudo errado, é na casa de vocês que vou choramingar. Jurar que não farei mais isso, como juro que não nunca mais beberei no denso lodo da ressaca.
Mas eu sei, vocês sabem, todo mundo sabe. É mentira. Sou dependente, sou um fraco, basta aparacer uma garrafa de amor brega que salivo. Na primeira dose de paixão adolescente já caio em tentação. E vivo o quanto puder, o quanto aguentar, me embriagando dela até a última