Desinência O X A : Morfema 0
Segundo a Gramática da Língua Portuguesa, de M.ª Helena Mira Mateus et alii (Lisboa, Editorial Caminho, 2003, págs. 929-931), em português, o gênero é uma categoria morfossintática que possui dois valores: masculino e feminino. O gênero masculino, quando se encontra associado a um nome animado, refere de uma maneira geral uma entidade de sexo masculino, e o feminino refere uma entidade de sexo feminino, como, por exemplo, gato/gata, pintor/pintora. Em alguns nomes, como os nomes epicenos e sobrecomuns, existe apenas um único valor de genero, qualquer que seja o sexo da entidade que referem, por exemplo, testemunha, águia. Matoso e Bechara
http://www.filologia.org.br/abf/rabf/7/077.pdf http://allanstein.blogspot.com.br/2013/04/afinal-o-e-vogal-tematica-ou-desinencia.html Segundo a visão dos linguistas Cegalla (2010) e Kehdi existem duas desinências de gênero no português: uma para indicar o masculino (meninO, solteirO) e outra para indicar o feminino (meninA, solteirA). Sendo assim, os autores consideram apenas os casos semelhantes ao “-o”, de “livro” e ao “-a” de “carta” como vogal temática, por não ser possível a oposição: “livra” e “carto”, respectivamente.
Já na visão de Camara Jr. e Bechara apenas o “-a” é desinência de gênero, o que remete ao conceito de marca: na língua existem formas marcadas e formas não-marcadas. O feminino e o plural apresentam marcas formais de gênero e número (garotAs). O masculino e o singular, em contrapartida, não possuem desinência; caracterizando-se pela ausência de tais marcas (morfema zero).
No meu ponto de vista a visão de Camara JR. e Bechara é mais completa, pois não podemos afirmar que o simples fato de haver um “o” no final da palavra indica que ela esteja no masculino. Se fosse assim, jamais poderíamos dizer “o frentista”, porque, como termina em “a”, a palavra seria feminina. Isso estaria completamente equivocado. O que mostra que frentista é uma palavra masculina