Desigualdade racial
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Escola de Serviço Social
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Trabalho de análise de indicadores sociais:
A configuração da desigualdade
racial no Brasil
Luana Ferreira Coelho
Monique Rodrigo de Oliveira
Rio de Janeiro
2005
“O Racismo é uma vergonhosa mancha na alma. É subestimar a capacidade humana através da incapacidade do amor, do respeito, da humildade e da própria inteligência” (Jair Oliveira).
Introdução
Esse trabalho tem como objetivo descrever e analisar a desigualdade entre brancos e negros expressas em diversos indicadores socioeconômicos das condições de vida da população brasileira. Como caminho metodológico realizaremos uma análise das diferenças no nível de analfabetismo e escolarização entre brancos, negros e pardos, traçando um paralelo dessas taxas com o nível de renda. Verificaremos ainda os tipos de arranjos familiares e a distribuição geral população por cor. Assim teremos um quadro da apropriação da renda nacional, identificando como a desigualdade racial atravessa a desigualdade social no Brasil.
Analisando os indicadores sociais
Para uma melhor compreensão da questão racial localizamos alguns momentos-chaves na história do país. Primeiro, na forma de transição do regime escravocrata para trabalhadores livres, no final do século XIX. Foi uma transição tardia, passiva e paternalista. O segundo momento foi durante a ditadura de Getúlio Vargas. O cruzamento do aparato jurídico-institucional com o modelo econômico deu maus frutos: a definição de contingentes de excluídos e incluídos e a noção de que os direitos dos pobres não são os mesmos dos ricos. A tradução disso está, por exemplo, na divisão entre prisão especial e prisão comum, que vem dessa época. A terceira situação é a capacidade da desigualdade se manter ao longo das diversas experiências políticas e econômicas vividas pelo país neste século. Ditadura, abertura, planos