desertificação nordeste
No Nordeste, uma área maior do que o estado do Ceará já foi atingida pela desertificação de forma grave ou muito grave. São 180 mil quilômetros quadrados de terras degradadas e, em muitos locais, imprestáveis para a agricultura. Somando-se a área onde a desertificação ocorre ainda de forma moderada, o total de terrenos atingidos pelo fenômeno sobe para 574.362 quilômetros quadrados - cerca de 1/3 de todo o território nordestino. Ceará e Pernambuco são os mais castigados, embora, proporcionalmente, a Paraíba seja o estado com maior extensão de área comprometida: 71% do seu território já sofre com os efeitos da deserfiticação. O Semi-Árido nordestino é o maior e mais populoso do mundo, com quase 18 milhões de habitantes. Veja quais são os quatro núcleos de desertificação no Nordeste e suas características.
Núcleo do Seridó (RN/PB
Área afetada: 2.341 km2
Total de habitantes: 244 mil
Principais causas da desertificação: Desmatamento da caatinga para extração de lenha e argila, uso intensivo dos recursos naturais e sobrepastoreio (superpopulação de animais numa área muito restrita)
Municípios incluídos: Currais Novos, Cruzeta, Equador, Carnaúba dos Dantas, Acaraí e Parelhas
Características: Solos rasos e pedregosos, com baixa capacidade de retenção de água. Em muitos locais, o desgaste da terra provocou o afloramento das rochas, tornando impossível o cultivo agrícola. Para alimentar os fornos das mais de 80 fábricas de cerâmicas que se espalham pela região, a vegatação nativa é desmatada, sem o controle do Ibama.
Núcleo de Irauçuba (CE)
Área afetada: 4.000 km2
Total de habitantes: 34.250
Principais causas da desertificação: Intensos desmatamentos, prática de queimadas e ocupação desordenada do solo.
Características: Solos rasos e pedregosos. As camadas de terra foram retiradas em grande quantidade e de forma uniforme, provocando o afloramento das rochas. É o que os técnicos chamam de erosão laminar. Muitas dessas