Desenvolvimento
Seu fundador, Zenão de Cicio, ou Citium, (c 336-264 a C) – não seja confundido com o outro Zenão, o de Eleia, o pré-socrático, o Zenão da tartaruga, do qual falei em outra das minhas páginas –, discutia ideias filosóficas nos pórticos da praça, (Poikile Stoa, Colunata Pintada) e, assim, seus seguidores passaram a ser chamados filósofos Estoicos (filósofos dos pórticos). Zenão impressionou-se com o pensamento de Sócrates, sua força de caráter e independência das circunstâncias externas, sua serenidade diante da morte. O que hoje se sabe sofre a filosofia de Zenão vem de citações de discípulos seus e de críticos de suas ideias, principalmente de Epíteto. Citações de seu livro A República, livro que se perdeu, descrevem uma utopia estoica, uma nação onde os cidadãos viveriam de modo racional, não havia moeda, templos nem cortes de justiça, coisas que ele considerava inteiramente dispensáveis a seres racionais.
Metafisicamente, os estoicos eram materialistas. Deus não tem existência distinta da ordem racional da natureza e não deve ser interpretado como uma divindade pessoal, que possa ouvir o homem, ensinavam eles.
Os estoicos eram deterministas, fatalistas, sustentando que o que acontece, acontece necessariamente. Não só é o mundo de tal forma que todos os eventos são determinados por acontecimentos anteriores, mas o universo é perfeito, racional inteiro. A natureza é totalmente determinada conforme o seu papel na promoção da vida e a virtude