desenvolvimento sustentavel
Nas últimas décadas, o ideal desenvolvimentista de prosperidade e progresso apregoados no discurso capitalista torna-se cada vez mais longe de ser realizado (SACHS, 2000b). Este sentimento não é potencializado somente pelas recorrentes crises econômico-financeiras, mas também pela cada vez mais evidente injustiça social, dizimação da biodiversidade natural e das bruscas mudanças climáticas. Como observou Shrivastava (1995, p. 936):
O desenvolvimento industrial dos últimos 200 anos trouxe imensurável riqueza e prosperidade. No entanto, também causou degradação ecológica não intencional. Como resultado, o Planeta enfrenta inúmeros problemas ambientais, incluindo o aquecimento global, destruição da camada de ozônio, desmatamento e desertificação, declínio da biodiversidade, chuva ácida, acidentes industriais e resíduos tóxicos (tradução nossa).
A crescente preocupação com a questão ambiental mobilizou iniciativas governamentais e não governamentais no intuito de se discutirem e se proporem soluções, em dezembro de 1983, o secretário geral das Nações Unidas apontou Gro Harlem Brundtland, primeira ministra da Noruega, nessa época, para coordenar uma comissão independente com foco nos problemas relacionados à crise ambiental e ao desenvolvimento. Essa iniciativa ficou conhecida por Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e teve seus trabalhos encerrados em 1987 com a publicação do relatório "Nosso Futuro Comum", também conhecido como "Relatório Brundtland".
Foi no relatório Brundtland que a expressão "desenvolvimento sustentável" foi pioneiramente definida como "o desenvolvimento que atende às necessidades presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras em atenderem às suas próprias necessidades".
Para Marx (1946), o sistema de produção capitalista é resultado do desenvolvimento anterior das áreas econômicas, políticas e ideológicas. Nesse foco, a história apresenta-se como resultado das contradições, cujas