Desenvolvimento rural e intervençao estatal: cenários da modernização do campo no norte de minas
DESENVOLVIMENTO RURAL E INTERVENÇAO ESTATAL: cenários da modernização do campo no Norte de Minas
Tathiane Paraiso da Silva – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros – PPGDS/UNIMONTES Rômulo Soares Barbosa - Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros – PPGDS/UNIMONTES
INTRODUÇÃO No Norte de Minas vários processos sociais em curso necessitam de melhor análise e entendimento, um desses é o contexto social em que se inserem as comunidades rurais que tiveram seus espaços ocupados por diversos empreendimentos agropecuários e florestais. As conseqüências têm sido observadas com mais ênfase a partir da década de 1970 quando, através da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE - foram implantados na região projetos que atuavam na perspectiva de quatro pilares fundamentais: agricultura/fruticultura irrigada, monocultura de eucalipto, pecuária extensiva e monocultura de algodão (BARBOSA; FEITOSA, 2005). Eram necessárias grandes obras para atraírem grandes investimentos resultando no retorno econômico a médio e longo prazo. Com esse processo de ocupação e “desenvolvimento” da região norte mineira, grande parte dos pequenos agricultores tiveram terras expropriadas, o que veio a dificultar a sobrevivência deste segmento social produzindo a desagregação das estratégias produtivas dos agricultores da região (DAYRELL; LUZ, 2000). Podemos observar que esse modelo está relacionado apenas ao desenvolvimento (ou crescimento) econômico, essa foi a categoria central da política industrial desenvolvida pela SUDENE, que por outro lado tem afetado o modo de vida de muitas comunidades tradicionais e rurais, contrariando a imagem de sedução e encantamento que o discurso do desenvolvimento