Desenvolvimento Humano: Vida Adulta
A transição para a vida adulta não é considerada apenas como a passagem da escola para o trabalho, mas como um processo complexo que envolve a formação escolar, a inserção profissional e familiar, articulando um sistema de dispositivos institucionais e processos biográficos de socialização que interferem na vida das pessoas desde a puberdade e conduzem à aquisição de posições sociais. Parece consenso na literatura que o estudo da transição para a vida adulta não pode estar limitado a indicadores socioeconômicos que expliquem apenas o universo escola-trabalho. Entender a passagem para a vida adulta requer a análise da emergência de novos estilos de vida e dos variados modos de entrar na fase adulta (Pais, 1993), observando inclusive os arranjos na composição das novas famílias.
Grande parte dos estudos sobre o desenvolvimento adulto tem-se apoiado na perspectiva teórica do desenvolvimento de curso de vida, proposta por Baltes, Reese e Lipsitt (1980). Esta abordagem difere da psicologia clássica do desenvolvimento, que supõe o término do desenvolvimento com o findar da adolescência. Sendo o desenvolvimento um processo multidirecional e multifuncional, influenciado pelo contexto histórico, abrangendo todo o curso de vida, ocorre um constante equilíbrio entre ganhos e perdas, que resulta numa variabilidade intra-individual e em plasticidade individual (Baltes, 1987).
Este trabalho tem por finalidade apresentar o desenvolvimento humano nos períodos: idade adulta inicial (20 a 40 anos), adulta intermediária (40 aos 65 anos) e adulta tardia(65 anos até a morte) em seus variados aspectos - físicos, cognitivos psicossociais e emocionais.
Tais definições não apenas mudam ao longo do tempo histórico, mas elas também podem diferir de um subgrupo para outro, portanto, não há uma concordância definitiva sobre a maneira de dividir os anos de vida adulta. Se compararmos com a infância, as mudanças físicas e cognitivas são mais graduais e variáveis, onde