Desdobramento analítico do filme “cafundó”
O filme “Cafundó” relata não só a vida de João de Camargo como toda uma classe atingida pela intensa pauperização do século XIX somada de sua transformação de classe destituída de cidadania para uma uma classe cidadã. Ele reboca a ideia de religião como forma de auxiliar a ordem social até então instituída.
Todos os aspectos visionários do filme são rodeados pela temática central da abolição da escravatura, considerada perturbadora no tempo citado. A mudança na estrutura, dinamização, “estabilidade” da divisão de classes sociais do capitalismo torna a religião criada pelo Preto Velho uma instaurada expressão sócio-humana de apreensão popular dotada de sua nova posição social, ainda em busca de sua consciência.
A “questão social” dessa classe esnobada de direitos tem relato baseado na cultura instituída por tempos seculares pertencentes a escravidão, pela intenção da autocracia burguesa em subsidiar o desenvolvimento econômico e pela constituição das particularidades históricas do Brasil.
Diante da produção visual citada e interpretada, as camadas populares estavam longe da cidadania plena. A mão-de-obra dos ex-escravos era desvalorizada e rejeitada muitas vezes em razão da característica concorrencial do sistema financeiro. Essa concorrência acontecia com preferência notória para os imigrantes e pessoas em geral de cor branca, uma vez que o preconceito podia se dizer pertencente a cultura brasileira, já que os negros foram vistos como “objetos valiosos” tanto tempo e uma concepção transformadora requer o mesmo.
Como assistido, aos ex-escravos pouco restava para viver, quando não plantavam em pequenas roças de subsistência, estavam se dirigindo para as cidades e formando uma mão-de-obra marginalizada. A sociedade não constrói uma preocupação em integrá-los, um lugar de estadia, de alimentação, de assistência, enfim, um meio de subsistência garantida. A vida dos negros sofreu muitas alterações com a “liberdade”