descrição
Duas operações principais organizam o texto descritivo: ancoragem temática e expansão.
A ancoragem temática corresponde à introdução do tema ou tópico discursivo por meio de um sintagma nominal. Há uma tendência a se colocar o sintagma-tópico no início do discurso ou sequência discursiva — por exemplo, como título. Tudo depende, porém, da intenção do locutor, que pode deslocá-lo para qualquer outro ponto do texto, ou mesmo sequer citá-lo, criando suspense e deixando ao leitor a tarefa de inferi-lo, como na conhecida brincadeira “O que é, o que é?”.
A expansão corresponde à identificação de aspectos do tópico (que podem vir a ser retomados como subtópicos) e à atribuição de características, qualidades ou propriedades ao próprio tópico ou a seus aspectos. São feitas retomadas sucessivas do tópico e acréscimos de novas informações, que vão compondo, à medida que o texto progride, a imagem do objeto que o locutor quer passar ao destinatário. Também é possível ocorrer a assimilação do objeto descrito ou de seus aspectos a outros objetos com os quais mantenha relações de similaridade ou diferença. Daí a frequência de certas figuras de linguagem nos textos descritivos, como comparações, metáforas, epítetos, antíteses e paradoxos, entre outras.
Nos textos em que ocorre subtopicalização, processo também chamado subdivisão temática ou tópica, procede-se a uma hierarquização, subordinando-se os tópicos de menor abrangência ao tópico de maior abrangência (esquema em árvore).
O que é, o que é?
Responda depressa,
Não seja bocó,
Está no pomar
E no seu paletó.
Ele é magro pra chuchu, tem dentes, mas nunca come e mesmo sem ter dinheiro, dá comida a quem tem fome.
Folclore