Descolamento de Retina
A retina constitui o estrato neurossensorial do olho. A parte óptica da retina é a região que transforma o estímulo luminoso em impulso nervoso, resultando na sensação da visão. Essa parte, do ponto da microscopia óptica, é dividida em 10 camadas: (1) camada do epitélio pigmentado; (2) camada de cones e bastonetes; (3) membrana limitante externa; (4) camada nuclear externa; (5) camada plexiforme externa; (6) camada nuclear interna; (7) camada plexiforme interna; (8) camada de células ganglionares; (9) camada de fibras nervosas; (10) membrana limitante interna. O descolamento de retina pode ser definido como a separação da retina sensorial do epitélio pigmentar da retina. Sendo assim, o termo “descolamento de retina” é semanticamente errado, uma vez que para que isso de fato acontecesse, a retina deveria se desprender no nível da membrana de Brüch. Tais descolamentos são classificados de três maneiras diferentes: regmatogênico, tradicional e exsudativo. O descolamento de retina regmatogênico (derivado do grego rhegma que significa rotura) é causado pelo vítreo liquefeito que passa através uma rotura para o espaço virtual entre a retina e o epitélio pigmentado da retina. Tal rotura pode ser encontrada em 97% dos casos, sendo que nos 3% restantes, presume-se que ela está presente. No quadro clínico, se houver tração retiniana, o paciente terá fotopsia (que corresponde à tração dos fotorreceptores), além de poder apresentar moscas volantes. Imediatamente antes de perder a visão central, ele terá a sensação de enxergar através de um copo d’água. A perda visual é totalmente indolor, de maneira que se não houver intervenção rápida, os fotorreceptores separados da coroide e que deixaram de ser nutridos vão sofrer isquemia e morte. O diagnóstico é feito através do oftalmoscópio binocular indireto. A retina descolada no descolamento regmatogênico geralmente apresenta aparência enrugada, ondulando-se com a movimentação ocular. Além disso, ela