Desclassificados do ouro
A autora Laura de Mello e Souza, brasileira, é professora universitária e historiadora. Fez estudos pioneiros no campo da história sócio-cultural e político-cultural. Considerada uma das principais historiadoras do Brasil, atua como professora de História Moderna na Universidade de São Paulo (USP) e também faz parte do conselho editorial da Revista de História da Biblioteca Nacional[1]. De uma forma clara e objetiva, a obra “Desclassificados do ouro”, faz não só um retrospecto da história mineira relacionada ao ciclo do ouro, mas também tece críticas exclusivas a pobreza mineira instalada no período correspondente ao século XVIII. Com descrições marcantes da história brasileira com apreços do império colonial, a estrutura econômica, enfim, de uma conjuntura que ressalta desclassificados, poder e miséria, a obra vem acrescer a literatura brasileira, mais propriamente de estudos acadêmicos, sobre minoria, marginalidade e exclusão. A obra,“Desclassificados do ouro”, tem seu desenvolvimento distribuído em quatro capítulos e uma conclusão. Mostrando um momento em que o ouro dominou todo o Brasil, século XVIII. O primeiro versa sobre o falso fausto faz um estudo do período de 1733 a 1800 ressaltando o ambiente de Vila Rica, e as expressões culturais deste, considerando a essência de uma sociedade. Em 1789, a Representação da Câmara de Mariana acusava a percepção de que os espetáculos teatrais usam de artifícios para induzir o espectador a uma falsa consciência, fazendo as palhetas douradas passarem por ouro maciço e os vidros lapidados por preciosa pedraria. O que, Souza (1986, p.24), “subjaz a este documento extraordinário é a idéia do paradoxo, do fausto que é falso, idéia que pode ser rastreada ao longo do século XVIII mineiro”. Ainda, observa-se no presente capítulo, ênfase na história mineira, com fatos, como o abastecimento da capitania, a fome, a sociedade rica e a miséria caótica, a atividade