Descartes

FILOSOFIA - Percurso Cartesiano
Descartes procura um conhecimento universal e necessário, que possa ser seguro e com uma evidência lógica irrecusável. Para conseguir esse conhecimento, Descartes elabora um método para a condução da razão. A primeira regra do método consistia em nunca aceitar alguma coisa por mais verdadeira que seja, por isso, só podemos aceitar o que for claro e distinto (indubitável), “(…) pensei que era necessário proceder exatamente ao contrario, e rejeitar, como absolutamente falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida (…)”. Por isso, Descartes vai duvidar de tudo. Primeiro começa por duvidar da existência da realidade exterior e chega à conclusão que não existe realidade exterior, porque os nossos sentidos, por vezes enganam-nos e nos sonhos também estamos a experienciar coisas “Há sonhos que parecem tão reais, que me permito até duvidar se este momento que estou vivendo também não seja um sonho!”. Depois duvida da existência do seu corpo e chega à conclusão que não tem corpo, pois os amputados sentem membros que não têm. Em seguida, vai duvidar do seu próprio pensamento e chega à conclusão que não possui o seu próprio pensamento, porque há homens que se enganam a raciocinar, "Até da Matemática consigo duvidar, pois posso suspeitar que tomamos por verdadeiros os seus teoremas porque algum génio assim deseja”. Por fim, duvida da sua própria existência e chega à conclusão que existe, pois se pensa, existe. Duvidar é um ato de pensar e se ele pensa, tem obrigatoriamente que existir: “Penso, logo existo” (cogito ergo sun). Sou uma coisa pensante (res cogitans) e estou sozinho (solipsismo).
O Ser pensante dá-se conta que possui em si a ideia de perfeição. Mas esta ideia não teve origem no cogito, pois a perfeição é uma ideia que o transcende, sendo ele imperfeito. Por isso a ideia de perfeição não provem dele e só há um Ser perfeito que pode ser a causa dessa ideia, a esse Ser perfeito chamamos-lhe Deus. Nesta altura já