Desafios do controle social na atualidade
O artigo pretende fazer uma abordagem dos desafios do controle social na atualidade, analisando a sua formulação no processo de redemocratização da sociedade brasileira, bem como os seus impasses a partir dos anos 1990. Finaliza com os debates na atual conjuntura e apresenta como novidade a criação dos fóruns estaduais,municipais e da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, considerados também como mecanismos autônomos de controle democrático do controle social institucionalizado(p.126).Trata,inicialmente, da conjuntura em que surge a expressão controle social no Brasil, enfatizando a relação entre Estado e sociedade civil no período da ditadura e da redemocratização do Estado e apresenta alguns aspectos da década de 1990, quando o mesmo é implementado(p.127). A análise teórica da relação Estado e sociedade civil, a partir do pensamento de Gramsci, desmistifica a apropriação do seu pensamento pelas interpretações liberais contemporâneas, que desembocam no politicismo exacerbado e na contraposição entre Estado e Sociedade Civil (Correia, 2005a). As lutas políticas não se dão apenas na sociedade civil, mas na totalidade da estrutura social e da formação social(p.133).
Dois pontos de análise são cruciais para entender as contradições que envolvem os limites e possibilidades do controle social na realidade atual. O primeiro é entender a diferença de conjuntura do momento em que os mecanismos de controle social foram propostos para o momento em que estes foram implementados (Bravo, 2006). O segundo, relacionado ao primeiro, é a concepção da relação entre Estado e sociedade civil que embasa este debate, principalmente na década de 1990(p.128).A construção da vontade coletiva (projeto de ação sobre o real) é fundamental em torno da defesa da saúde articulada às lutas por outra