Derivação
Nas duas últimas décadas tem-se acentuado o desenvolvimento da explotação de águas subterráneas no Brasil. Estima-se hoje a existência de 80.000 poços tubulares ativos (além de milhares de poços rasos, escavados), que fornecem água para os diversos fins, sobretudo para abastecimento urbano. Centenas de núcleos urbanos de porte variado são hoje abastecidos exclusivamente por água subterránea.
Numerosos polos agro-industriais e agro-pecuários têm a água subterrãnea como manancial prioritário para atendimento da demanda de água.
A crescente utiliazação dos recursos hídricos subterráneos tende a aumentar nos próximos anos, tanto pelas necessidades decorrentes da concentração demográfica e da expansão econômica, como por suas vantagens relativas sobre as águas superficiais. Todavia, a situação atual da explotação é marcada por uma visão imediatista de uso do recurso, prevalendo o descontrole e a falta de mecanismos legais e normativos. Nestas condições, os aquíferos, em diferentes áreas do território nacional, estão sujeitos aos impactos da extração descontrolada por poços e da ocupação indisciplina do solo, que põem em risco a qualidade das águas.
O reconhecimento de que as águas subterráneas constituem uma reserva estratégica e vital para o abastecimento público, remete a uma especial preocupação com a proteção dos aquíferos por causa dos seguintes aspectos envolvidos:
O aumento e a diversificação de produtos químicos, potencialmente poluidores da água suberránea, sobretudo nas três últimas décadas
O lançamento in natura de esgotos e efluentes industriais, em larga escala
O grande aumento na aplicação de fertilizantes e pesticidas na agricultura
Os efeitos potencialmente nocivos à saúde, associados à poluição de captações de água subterránea, acarretando concentrações baixas mas persistentes de certos contaminantes de toxicologia pouco conhecida
A dificuldade e a impraticabilidade de se promover a remoção de poluentes em um grande número de fontes