derivação
PROPOSTA DE UM NOVO ENFOQUE
Retrospecto
O estudo da chamada derivação regressiva tem sido repetido ao longo do tempo em nossas gramáticas de forma simplista e sem objetividade, pois o critério utilizado é de ordem diacrônica.
Diz-se que, quando o nome não proveio do latim e foi criado pelo falante após a existência do verbo, esse nome é um deverbal ou pós-verbal.
Não havia, por exemplo, o nome referente ao verbo pescar, que recebemos do latim piscare. O falante criou o substantivo pesca, tirando-o de pescar. Pesca é, portanto, um deverbal. Houve derivação regressiva segundo o critério corrente.
Por outro lado, se é o nome que precede o verbo, como em: casa, da qual se formou casar; de golpe , do qual se formou golpear; de almoço do qual se formou almoçar, temos aí o processo de derivação progressiva.
Mas como reconhecer os dois processos?
As gramáticas só fazem referência à precedência ora do nome, ora do verbo no processo de derivação, ou se limitam a apresentar uma relação de exemplos.
Pelas explicações que se repetem, só um critério será capaz de distinguir se o termo é progressivo ou regressivo: o critério etimológico. Ora, este critério não é plausível em gramática que se pauta pela sincronia.
É comum lermos em nossas gramáticas a seguinte explicação: "Além do processo normal, existe outro, o da derivação regressiva, em que se faz exatamente o contrário, obtendo-se a nova palavra não por adição, mas por subtração do elemento formativo. Dá-se o fenômeno por erro de raciocínio"(?!)
Do verbo jantar (< latim iantare) tirou-se o substantivo janta, portanto, é um deverbal.
Além desta repetida explicação, apresentam-se relações de deverbais. Uma das mais extensas pertence à obra de Said Ali com 105 deverbais.
Mas como fica o estudante, e mesmo o professor?
É preciso recorrer ao latim, verificar o étimo para determinar se a derivação é progressiva ou regressiva. Ou então decorar relações de exemplos.
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