Deputados Estaduais
Dizia Machado de Assis durante uma conversa sobre as coisas da vida, em uma tarde de domingo à beira da praia de Copacabana, com um rapaz conhecido seu.
Refleti sobre isso por alguns segundos, e ele prosseguiu a conversa:
-Porém, meu caro, a glória é a reparação dos erros.
-Mas diante desses aspectos, como fica o chamado “mal necessário”?
-As catástrofes são úteis, e até necessárias.
Dito isso não pude conter minha curiosidade sobre as respostas de Machado para minhas perguntas. Então sem pedir licença, entrei na conversa como se fosse um conhecido dele e falei:
-E falando em catástrofes, o que tem a dizer sobre casamentos?
-O casamento é a pior ou a melhor coisa do mundo, pura questão de temperamento.
-Concordo plenamente com esse raciocínio, mas quando o amor não é tão puro e sincero, já não é capaz de alcançar os defeitos?
-Não há muitos problemas. Os defeitos não fazem mal, quando há vontade e poder de os corrigir.
Fiquei maravilhado diante de tais palavras, Machado era realmente fascinante, passamos alguns minutos apreciando o aconchego do silencio e do ambiente. Enquanto o rapaz tentava compreender tamanha ousadia de minha parte ao entrar na conversa sem ao menos conhecê-los.
Ele estava pensativo sobre alguma outra coisa, era claro em seus olhos, Machado notou e então disse a ele:
-Elogie!
Neste momento eu fiquei pensativo, talvez o garoto estivesse com algum problema relacionado ao que estávamos conversando a pouco. Ele também confuso, perguntou:
-Elogiar?
-Sim, elogios fazem bem à alma e até o corpo. Não se deliberam sentimentos meu jovem, ama-se ou aborrece-se, conforme o coração quer.
-Mas há tantas oposições que impedem que eu possa saber e conhecer profundamente meus sentimentos.
Entrei na conversa novamente sem ser convidado:
-Como o que?
O rapaz já estava farto de minhas intromissões, mas respondeu educadamente com o mesmo tom de voz suave e calmo:
-Boatos