Depois do Giz e do quadro negro
Depois da tradicional dupla quadro-negro e giz, transformada em peças de museu, agora o livro didático também está a caminho da aposentadoria. Um colégio de Brasília já avisou os pais. A partir de 2012, mil alunos do primeiro ano do ensino médio não precisam mais comprar livros. O colégio incluiu o tablet (aqueles equipamentos eletrônicos que viraram moda, após o lançamento do iPad, da Apple) na assustadora lista do material escolar. Ele irá substituir os livros na sala de aula.
O material didático será produzido por 30 professores para 16 disciplinas. Pelo menos o colégio de Brasília promete manter a escrita manual. Os alunos podem levar cadernos para a escola. Ainda bem. Ao contrário do que começou a acontecer nos EUA, em julho deste ano. Em Indiana, uma escola aboliu a escrita cursiva, ensinando somente digitalização. As crianças não precisam mais ficar rabiscando letrinhas para terem boa grafia. As autoridades educacionais americanas dizem que, ao dispensar a escrita cursiva, os alunos podem se focar em temas mais importantes, aproveitando melhor tempo.
E em Brasília? A direção da escola diz que o modelo se baseia em escolas inglesas e escocesas. Mas mesmo na Europa o tema é bastante polêmico. Os sistemas de ensino têm sido criticados por se afastarem da linha tradicional, que ainda valoriza o raciocínio lógico, a leitura e a escrita.
Muitas escolas, inclusive internacionais, proíbem parafernálias eletrônicas, a começar pelo celular. E o ano letivo iniciado em setembro não trouxe grandes novidades tecnológicas para os alunos europeus. A entrada dos tablets na sala de aula, ao mesmo tempo em que é uma ousada e imprevisível aposta, não deixa de ser um a excelente jogada de marketing.
Algum jovem vai rejeitar uma ousadia dessas? Importa saber, e esta é a dúvida de muitos pais, se o aproveitamento e assimilação dos conteúdos será melhor, a partir do novo meio eletrônico. Ainda é cedo para conjecturar