Democracia e o ''jeitinho brasileiro''

O conceito de democracia representativa está diretamente relacionado com a ética, pois ambas tem como finalidade garantir os direitos e deveres de forma mais justa possível. Segundo o filósofo brasileiro Mario Sergio Cortella, ética é um conjunto de valores e princípios que usamos para responder as três grandes questões da vida, quero, devo e posso. Tem coisas que quero mas não devo, tem coisas que devo mas não posso e tem coisas que posso mas não quero, só teremos paz de espírito quando quisermos aquilo que devemos e podemos. A partir disso, fica evidente o quão importante a existência da ética em nosso meio, para que então possa haver uma sociedade igualitária que vise o bem comum. Partindo do conceito de ética citado por Cortella, observamos que a frase “jeitinho brasileiro” nada mais é do que uma forma de maquiar o que ela realmente quer dizer, que seria o costume de ser corrupto e agir de forma antiética, se preocupando apenas com o benefício próprio. Essa expressão é uma afronta aos princípios éticos, pois é utilizada como uma simples desculpa para que os indivíduos possam agir sem ética, e ao mesmo tempo sem se sentir culpados. Claro que não podemos generalizar o povo brasileiro como corrupto, até porque, grande parte da população se preocupa em manter seus valores e princípios preservados sem deixar corromper-se pelas oportunidades. As atuais manifestações demonstram um amadurecimento democrático e ético da população em relação a atual situação brasileira, sendo pequeno, mas um importante passo para o desenvolvimento de um país justo e preocupado com o bem estar da população. Mas para atingir o ideal de um país ético e justo não basta apenas bons exemplos, devemos também cumprir com nossas obrigações de cidadãos, principalmente na hora de escolher nossos representantes, procurando ter um conhecimento mais amplo dos mesmos, para então poder exigir transparência e comprometimento nas administrações, a fim de mudar essa realidade que assombra nosso