Democracia racial, uma hipótese
Levy Cruz
Democracia social: O fato é que no Brasil se tornou uma democracia social em que praticamente não há restrição sobre o individuo por causas de sangue e nascimento.
Democracia étnica: O Brasil como comunidade nacional, deve ser interpretado cada vez mais consciente do seu status ou do seu destino de democracia social. Social e étnica.
Democracia racial:
“Mas é um país de democracia racial perfeita, pura? Não, de modo algum. Quando fala em democracia racial, você tem que considerar o problema de classe, se mistura tanto ao problema de raça, ao problema de cultura, ao problema de educação. [...] isolar os exemplos de democracia racial das suas circunstâncias políticas, educacionais, culturais e sociais, é quase impossível. [...] é muito difícil você encontrar no Brasil brasileiros que tenham atingido [uma situação igual à dos brancos em certos aspectos...]. Por que? Porque o erro é de base. Porque depois que o Brasil fez o seu festivo e retórico 13 de maio, quem cuidou da educação do negro? Quem cuidou de integrar esse negro liberto à sociedade brasileira? A Igreja? Era inteiramente ausente. A República? Nada. A nova expressão de poder econômico do Brasil que sucedia ao poder patriarcal agrário e que era a urbana industrial? De modo algum. De forma que nós estamos, hoje, com descendentes de negros marginalizados, por nós próprios. Marginalizados na sua condição social. [...]. Não há pura democracia no Brasil, nem racial nem social, nem política, mas, repito, aqui existe muito mais aproximação a uma democracia racial do que em qualquer outra parte do mundo. [...].[Rivas, [1980]1997, p. 179. Itálicos meus).[2]”
“Ele sempre apresentou a democracia racial como algo ainda em formação e/ou imperfeita.”
“E o que seria esse convívio cordial? Ele falava da ausência de segregação extrema entre as pessoas de diferentes cores de pele. Negros e mulatos tomam nos transportes coletivos os assentos que bem queiram;