Degas, Dança, Desenho.
15 Degas
27 Da dança
35 Rue Victor-M assé, 37
45 Degas e a Revolução
55 Opiniões
57 22 de outubro de 1905
61 Ver e traçar
67 Trabalho e desconfiança
69 Cavalo, dança e fotografia
77 Do solo e do inform e
83 Do nu
89 Política de Degas
93 M ímica
99 Digressão
101 Outra digressão
105 Degas e 0 soneto
109 Degas, louco pelo desenho.
113 Continuação do anterior
115 Moral da história
117 Pecado de inveja
119 Alguns "chistes" e diversas tiradas
125 Outros "chistes"
127 Reflexões sobre a paisagem e muitas outras coisas
133 A rte moderna e grande arte
135 Escorço da pintura
137 Romantismo
139 O desenho não é a forma...
143 Recordações de Berthe M orisot sobre Degas
145 A linguagem das artes
151 Questões de épocas
155 Recordações de Ernest Rouart
165 Crepúsculo e fim
171 Notas biográficas
185 Créditos das imagens
189 Sobre 0 autor
Esta edição procurou observar as opções ortográficas de Paul Valéry.
DEGAS
Como acontece que um leitor um pouco distraído rabisque nas margens de uma obra e produza, ao sabor do alheamento ou do lápis, pequenos seres ou vagas ramagens, ao lado das massas legíveis, assim farei, segundo o capricho da mente, em torno desses poucos estudos de Edgar Degas.
Acompanharei essas imagens com um pouco de texto que seja possível não ler, ou não ler de uma única vez, e que tenha com esses desenhos não mais que uma ligação frouxa e as re lações menos estreitas.
Será, portanto, apenas uma espécie de monólogo, em que voltarão como quiserem minhas recordações e as diversas ideias que form ei sobre um personagem singular, grande e severo artista, essencialm ente voluntarioso, de uma inteli gência rara, viva, fina, inquieta; que ocultava, sob o absoluto das opiniões e o rigo r dos julgamentos, não sei que dúvida sobre si mesmo e que desespero de satisfazer-se, sentimentos muito amargos e muito nobres desenvolvidos por seu conhe cimento incomum dos mestres, sua cobiça dos segredos que