Definição de linguagem
Embora pareça simples de definir, ao menos nocionalmente, é preciso buscar um conceito preciso de linguagem. De forma geral, quando se refere a “linguagem”, faz-se referência a um sistema de signos que fundamentam o meio de comunicação de idéias e sentimentos. Tais signos são ditos ‘convencionais’, porque trata-se de elementos sonoros, gráficos, gestuais e de outras naturezas que são admitidos como convenção de comunicação em uma dada sociedade. A distinção entre língua e linguagem é estritamente necessária: o conceito de linguagem está associado à capacidade comunicativa, inerentemente humana; essa capacidade pode estar latente, isto é, sem uso em um determinado momento, ou em ação. A língua, por outro lado, diz respeito a um sistema mental composto por léxico (palavras), regras (por exemplo, como juntar palavras e transformá-las em sentenças) e restrições (quais combinações de sons ou de palavras são proibidas em uma sentença). A isso pode-se chamar “gramática internalizada”. É preciso fazer uma distinção importante quanto ao termo “gramática”. Neste sentido (o sentido usado na ciência lingüística), ‘gramática’ não se refere ao uso desejável ou “correto” de uma língua, mas ao conjunto de léxico e regras mentais internalizadas pelo falante. Esse processo de internalização, conhecido como ‘aquisição de linguagem’, ocorre nos primeiros anos de vida. A aquisição de linguagem, embora estudada amplamente, tem seus mecanismos ainda pouco compreendidos. Mencionar sua complexidade é desnecessário, já que o modo como ocorre afeta a própria definição de linguagem. O que se conhece sobre o assunto é que o cérebro humano já nasce com uma predisposição para adquirir linguagem. Neste sentido, cientistas como Chomsky (1) defendem que a mente humana não é uma tabula rasa, mas que há uma espécie de “dispositivo” mental que coleta dados lingüísticos durante os primeiros anos da infância e os transformam em um sistema lingüístico completo (a