de machado a clarice
Resenha do texto “De Machado a Clarice: a força da literatura”, ALMINO, J. in MOTA, C.G. Viagem Incompleta: a experiência brasileira. São Paulo: SENAC, 2000.
O texto levanta hipóteses sobre como a literatura e a crítica literária brasileira tem lidado, ao longo do tempo, com a relação entre o local e o universal na busca de uma identidade brasileira. Esta discussão é abordada na forma de retrospectiva sobre os estilos mais usados pelos escritores para se exprimirem.
O autor expõe, paulatinamente, como essa consciência de local versus universal foi se inserindo nas obras nacionais, a começar pelos movimentos dos escritores do arcadismo, passando pelo ufanismo dos românticos, a consciência do realismo de Machado e sua apropriação do alheio e a sua forma extraordinariamente requintada de abordagem desse universal, e culmina com a ampliação do olhar modernista que, sem renegar a influência externa na cultura brasileira, a vêem como um elemento próprio à cultura nacional.
A partir daí Almino ilustra por meio das obras de alguns autores, ou de críticas sobre eles, como a discussão sobre a identidade e correntes estéticas tem se firmado no âmbito nacional, entre eles Machado de Assis, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.
Acerca de Machado o autor apresenta as peculiaridades do seu “realismo da ambiguidade” onde as fronteiras entre o real e o imaginário estão sob uma linha muito tênue, em várias leituras são possíveis por causa da subjetividade desse real.
A Guimarães Rosa Almino atribui a este escritor o titulo de grande expoente do neo-realismo regionalista. Para ele, Guimarães Rosa com sua prosa complexa, cheia de neologismos o levam a elaborar uma linguagem literária própria e altamente criativa “que não se reduz à nenhuma região em particular, a não ser aquele sertão que está em toda parte, que é o sertão de sua própria literatura” (ALMINO, 2000).
Já a Clarice Lispector, o autor se detém a discutir o contraste entre a literatura