Resenha: "De Machado a Clarice"
O escritor João Almino, neste texto, trabalha como objeto central de estudo a identidade com base na dialética local, como se diz, cosmopolita local, levantando hipóteses em seu texto, tais como: a relação de convivência entre literatura e a crítica literária no decorrer do tempo, bem como se há afinidade entre o local e o universal na busca de uma identidade brasileira. O autor consegue enxergar na literatura um código genético cultural.
Poderia até me arriscar a dar minha humilde opinião no sentido de que a literatura, nos dias de hoje, prioriza uma construção de identidade literária, mesmo existindo a perda de desta identidade em virtude da memória ser frágil e se esvair no tempo.
O escritor João Almino, em seus textos, especificamente neste o qual estou tecendo comentários, abrange a noção de nacionalismo, de regionalismo, e, como um espetacular autor romântico que é, frisa a originalidade do Brasil.
Entre os mecanismos literários de expressão (romantismo, classicismo, barroco, realismo...), duas grandes tradições se destacam no texto a fim de dar mais força à nossa identidade nacional, quais sejam: o realismo e o barroco, aquele correspondendo à busca de objetividade ou neutralidade, enquanto este, contrapondo-se, enfatiza o drama, o exagero.
João Almino, em seu texto, articula, de modo antagônico, o modelo de escrita de Machado de Assis, no que tange ao realismo, aos grandes modelos de realismo