David Hume
David HUME
O EMPIRISMO EM DAVID HUME
INTRODUÇÃO
David Hume perseguiu o objectivo de desenvolver uma teoria da natureza humana, por meio da qual pretendia explicar o funcionamento da nossa mente. A sua epistemologia empirista, que é a parte fundamental dessa teoria, encontra-se essencialmente no Livro I do Tratado da Natureza Humana (1739) e nas Investigações sobre o Entendimento Humano (1748).
IMPRESSÕES e IDEIAS
Hume fala de percepções para se referir aos conteúdos da nossa mente. De acordo com a sua perspectiva, as impressões e as ideias são as duas únicas espécies de percepções. Estas diferem de uma forma puramente quantitativa: as impressões sãos mais vívidas e intensas do que as ideias. As ideias são as percepções que constituem o nosso pensamento. Por exemplo, se estamos a ver um objecto azul, estamos a ter uma impressão de azul, ao passo que se estivermos a imaginar ou a recordar um objecto azul, estamos a ter uma ideia de azul. A ideia de azul é menos intensa e vívida do que a respectiva impressão. Do mesmo modo, o sentimento de alegria é uma impressão, mas recordar esse sentimento, reflectir sobre ele ou imaginar o que sente alguém que está alegre é ter uma ideia de alegria, a qual nunca será tão vívida e intensa como a própria impressão.
Para esclarecer a relação que existe entre impressões e ideias, Hume propõe o princípio da cópia:
Todas as nossas ideias são cópias das nossas impressões.
Por outras palavras, todas as nossas ideias têm uma origem empírica. Portanto, não existem ideias inatas, ou seja, não existem ideias que o nosso entendimento ou intelecto não tenha formado a partir da experiência. A experiência empírica fornece os materiais a partir dos quais se geram todas as nossas ideias, mesmo as mais elaboradas e abstractas.
Uma das razões que Hume apresenta a favor do princípio da cópia é a seguinte: aqueles que estão privados de certas impressões são incapazes de formar as ideias