Das falhas de Estado às falhas de mercado
Umas das questões fundamentais que se coloca na Economia Pública trata das falhas de mercado. Tendo em conta que o grande objectivo do Estado na economia consiste na promoção da eficiência, exigindo, para a sua realização, a identificação, primeiro que tudo, esta serve para mostrar as circunstâncias em que os mecanismos de mercado falham, para, assim, poder haver uma intervenção do Estado. O teorema fundamental na teoria do bem-estar assegura, que, cumpridas certas condições, se obtém um resultado eficiente do funcionamento dos mecanismos de mercado. O problema da falha de mercado surge precisamente porque essas condições, as condições necessárias a um funcionamento eficiente (e propiciador da maximização do bem-estar social) por parte dos mecanismos de mercado, nem sempre se verificam.
Um caso em relação ao qual existem falhas de mercado é o da provisão de bens públicos.
Bens Públicos
Os bens públicos são bens com determinadas características nas quais ocorrem falhas de mercado. Estes bens podem ser usufruídos por qualquer indivíduo e em que nenhum indivíduo pode ser excluído do seu consumo. Um exemplo de um bem público é a iluminação pública: toda a população usufrui dos seus benefícios independentemente da vontade de cada indivíduo.
Estes têm, fundamentalmente, três características dos bens públicos, a saber: indivisibilidade, impossibilidade de exclusão e não-rejeitabilidade.
Indivisibilidade
Um bem diz-se indivisível se, dada certa quantidade do bem que é consumida por um grupo de indivíduos, puder efectuar-se a inclusão de consumidores adicionais sem que isso reduza o nível de utilidade dos indivíduos do grupo inicial. Exemplos de bens indivisíveis são a emissão do sinal de televisão, as auto-estradas, pontes, etc., desde que, pelos seus níveis de utilização, não cheguem a surgir, custos de congestionamento.
Para se saber se existe ou não o atributo da indivisibilidade num bem ou serviço,