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A repressão dos agentes militares da Ditadura (1964-1985) e os novos rumos que o Brasil estava trilhando sob comando dos generais provocava descontentamento em estudantes engajados, intelectuais, artistas e até mesmo alguns religiosos.
Muitos opositores ao regime saíam às ruas para manifestar contra a opressão, mas eram violentamente reprimidos pelos policiais. Além disso, os manifestantes se mostraram contrários à tendência privatizante do governo ditatorial – principalmente o ensino. Eles argumentavam que o governo pretendia valorizar um ensino tecnicista para suprir as vagas de empresas estrangeiras em detrimento do conhecimento humano. Também se mostraram indignados com o incentivo do governo na criação de universidades privadas, prejudicando o investimento nas universidades públicas.
Os generais haviam fixado um acordo com técnicos da USAID, instituição norte-americana que influenciava nas decisões do Ministério da Educação brasileiro (MEC). A constante presença de estudantes nos conflitos marcava o tom denuncista dos manifestantes em frente à subserviência dos ditadores aos norte-americanos.
Em março de 1968, estudantes reclamavam em um restaurante a grande elevação do preço das refeições. Para conter o conflito, o comandante Aloísio Raposo atirou e matou o jovem de 17 anos Edson Luís de Lima Souto, provocando a ira dos estudantes.
Vários estados brasileiros apresentavam manifestações pedindo o fim da Ditadura Militar. Todas elas foram repelidas com violência. Em Goiás, quatro estudantes foram baleados. No centro do Rio de Janeiro, jovens, artistas, jornalistas e políticos eram contidos pelas tropas militares a cavalo.
No dia 26 de junho de 1968, os militares permitiram uma concentração popular no bairro central do Rio de Janeiro, a Cinelândia, após a prisão de mais de 300 estudantes em diversas manifestações no Brasil. Às 14 horas, cerca de 50 mil pessoas se encontravam no local. No decorrer da