Darcy ribeiro
Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claro, norte de Minas Gerais em 1922. Foi o segundo de três filhos, e perdeu o pai ao três anos. Sobre isso diz: "Felizmente, pois não fui domesticado". Talvez por isso não tenha deixado filhos: "Não tive a quem domesticar".
Sempre brincalhão e irreverente, descobre a leitura aos quatorze anos, e dizia que esta era a carne de seu espírito. Em 1939 vai para a Bahia estudar medicina por vontade de sua mãe, uma professora primária. Não se adaptando à carreira, começa a freqüentar a faculdade de Filosofia. Toma gosto por Carlos Drummond, Jorge Amado e outros autores da segunda geração modernista. Descobre Marx, Freud e Schopenhauer. Estes lhe deram um novo discurso e aos poucos iam refazendo suas idéias. Não demora muito, e recebe uma bolsa de estudos de um sociólogo norte-americano - Donald Pierson - para a escola de Sociologia e política de São Paulo, da qual sairia profissionalizado. Nesse meio tempo é surpreendido pela convocação para o Exército, mas acaba se salvando por motivos de saúde.
Chegando em São Paulo, torna-se militante em tempo integral. Conhece Caio Prado Júnior, Oswald e Mário de Andrade e Monteiro Lobato. Ao se formar, é recomendado ao Marechal Rondon para o cargo de etnólogo, e a partir daí mete-se na selva com os índios. Quando perguntado do por quê disso, respondia que era pelo encantamento pelo Pantanal, pela Amazônia e pela humanidade índia, que segundo ele é essencial.
Darcy teve duas visões em relação aos indígenas. A primeira acadêmica: via o índio como objeto de estudo. A segunda visão focalizava-os como gente: "Aprendi a olhar os índios com os olhos deles mesmos". Participou do serviço de proteção ao índio, ajudando nos serviços do Parque Indígena do Xingu, fundando o Museu do Índio. Outro projeto de Darcy foi a UNB (Universidade de Brasília). Aqui, empolgou a intelectualidade com suas opiniões de reforma universitária. Dizia criticamente que o ensino superior em gestão era elitista e