Sustentabilidade agricola
Não há dúvida que a assistência técnica e extensão rural (ATER) colaborou fortemente na implantação, propagação e consolidação do modelo agrícola que agora é visto como insustentável. Tal influência deu-se não só pelo tipo de conteúdo difundido, especialmente pautado no emprego intensivo de recursos e insumos externos à propriedade rural, como também pela forma ou metodologia empregada nessa difusão, basicamente através da transferência unidirecional e incondicional de informação (a tradicional “receita”). No contexto que agora se descortina, a ATER tem diante de si um novo desafio. Caporal e
Costabeber (2000) apontam a necessidade de um enfoque extensionista que busque resolver a problemática socioambiental decorrente do modelo convencional de desenvolvimento, em geral, e do modelo químico-mecânico na agricultura, em particular. Os autores (2007) ainda observam que a missão historicamente determinada à extensão rural, baseada na transferência de tecnologias para aumentar a produção e produtividade, deve dar lugar à tentativa de integrar metas de produção agrícola com os aspectos sociais, ambientais, culturais e políticos do desenvolvimento sustentável.VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
12 e 13 de agosto de 2011
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Assim, Caporal e Ramos (2006) destacam que a ação extensionista deve fazer uso de
“tecnologias e de formas de manejo que levem à construção de uma agricultura de base ecológica” e que permitam relações sociais mais equitativas entre todos os atores envolvidos, de modo a preservar a natureza e caminhar na direção do desenvolvimento rural sustentável.
O papel destinado à ATER passa a ser, portanto, o de participar da “construção de processos produtivos ambientalmente sustentáveis, economicamente rentáveis, socialmente includentes e equitativos, e culturalmente aceitáveis” (ARAUJO e PETTAN, 2007, p.97). Deve-se
considerar,