Dança Forró
O pessoal do Sul e Sudeste brasileiro costuma ter uma imagem bem forte ao pensar nas festas juninas do Nordeste: um sanfoneiro feliz da vida tocando um forró gostoso. Não é de se admirar esse tipo de referência, já o pioneiro na divulgação do gênero musical no eixo Rio-São Paulo foi Luiz Gonzaga do Nascimento, sempre com sua vestimenta típica.
Só que o forró vai muito além do estereótipo do nordestino com chapéu de cangaceiro e uma sanfona a tiracolo. O termo sequer era originalmente usado para definir um gênero musical. E não, não é verdade que “forró” vem de uma pronúncia errada de “for all”. Isso é só uma historinha maluca que muita gente repete pra pagar de intelectual.
História do forró
No distante passado, havia em muitas cidades nordestinas os chamados “forrobodós”, que eram, segundo o pesquisador Câmara Cascudo, “bailes ordinários e sem etiqueta”, também conhecidos como arrasta-pé, bate-chinela ou fobó. Nesses bailes, tocava tudo quanto era música regional, como baião, coco, xaxado, xote, entre outras, sempre ao som de uma sanfona de oito baixos. Forró é, como deu para deduzir, corruptela de “forrobodó”.
Quando começou a migração de grande número de nordestinos para o sul do país, começaram a surgir várias casas de forró nas periferias das capitais. No início, eram para a diversão dos nordestinos que buscavam uma vida melhor longe de casa. Depois de um tempo, acabou virando moda entre os jovens mais abastados (ou “abestados”, dependendo do ponto de vista).
Luiz Gonzaga provavelmente foi o primeiro cantor a registrar o termo “forró” em disco, com o Forró de Mané Vito, escrito com Zé Dantas em 1949. Diversos compositores foram surgindo nas décadas seguintes, com sucesso que são regravados até hoje em dia por cantores e grupos dos mais variados gêneros musicais.
Hoje em dia, as cidades de Caruaru (Pernambuco) e Campina Grande (Paraíba) disputam o título de capital do forró todo ano durante as festas juninas. Mas isso é assunto para outra hora.