Dan A Punk
O ambiente, vazio Nada de grandes galpões, palcos espaçosos de 2 metros de altura, camarotes, seguranças, jogos de luzes, gelo seco, inspeções sanitárias e dos bombeiros. Esqueça tudo isso. Os shows acontecem em bares, porões, garagens e similares. São lugares comuns e apertados, que as vezes têm um palco.
Então imagine um bar comum, um boteco com balcão e mesas. No fundo, uma porta que está sempre fechada e leva a uma sala pequena, escura e vazia, sem móveis, sem decoração. Essa é a sala onde acontecem os shows.
Suas características:
As paredes são escuras (pintadas de preto ou simplesmente sujas).
Não há janelas, pois o som não pode escapar para a vizinhança.
Ventiladores são um extra e ar condicionado não existe.
A iluminação é mínima, com luzes amareladas e cansadas.
O cheiro é uma mistura de mofo com fumaça de cigarro, cerveja e suor dos shows anteriores, porém é suportável.
O chão é grudento.
No canto da sala tem um “palco”, um tablado preto de 20cm de altura onde cabe uma banda de três integrantes. O palco é vazio também, pois os amplificadores, instrumentos e toda a aparelhagem são trazidas pelas bandas.
Extintores? Saída de incêndio? Luzes de emergência? Esqueça.
O ambiente, cheio
O público chega e o lugar fica cheio. Mas cheio no sentido “lotado” da palavra. Não há espaço para se movimentar livremente, é preciso que outras pessoas saiam do caminho para que você possa andar. Tem de tudo: punks de moicano colorido, metaleiros cabeludos de preto, carecas de suspensório, gurizada de 14 anos, bêbados do boteco, surfistas de bermuda e até gurias bem arrumadas.
Os caras (e gurias) das bandas são pessoas não identificáveis no meio do público, que na sua vez vão ao palco para tocar. Nas outras bandas eles são como todos os outros, assistem e participam do pogo.
A porta fica sempre fechada para o som não escapar para a vizinhança e lembre-se que não há janelas. O resultado é que o ar não circula, não se renova. Verão ou inverno, tanto faz.