Daens + evolução do direito trabalhista
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Embora o trabalho exista desde a Antiguidade Clássica, dentro de moldes escravistas, ou servis (como durante a Idade Média, a épica feudal), foi só a partir das Corporações de Ofício (agrupamentos de trabalhadores nos âmbitos da cidade que se reuniam e vinculavam através de uma relação hierárquica composta de aprendizes, companheiros e mestres) que a sociedade conheceu a primeira ideia do que seria uma relação livre de trabalho –embora essa liberdade seja amplamente questionável. Em 1712 surge o primeiro marco de uma sociedade desta vez industrial, extinguindo as corporações de ofício a partir da Lei de Chapelier (1791), de modo a instaurar a “relação livre de trabalho”, e indicando uma nova fase do Direito do Trabalho, assinalada pela emancipação da burguesia, sedenta por poder e saturada de governos absolutistas. Emerge um novo modelo de produção, substituindo o artesanato e a manufatura por grandes produções em larga escala e estímulo à formação do que ficou conhecido como “exército de reserva”. O filme Daens retrata a história de trabalhadores do norte da Bélgica, os quais vivenciam péssimas condições de trabalho em uma indústria de tecelagem. Em pleno contexto de Revolução Industrial e concorrências acirradas, a indústria belga luta para sobreviver perante ao gigante maquinário inglês, fazendo uso, inclusive, do trabalho de mulheres e crianças. Uma vez que estes últimos recebiam sensivelmente menos que trabalhadores homens, os grandes donos de indústrias viam cifrões se multiplicarem em troca de uma exploração desumana de trabalho e condições desiguais de pagamento sobre o mesmo serviço. A situação miserável começa a tomar outro rumo, entretanto, quando um padre (Adolf Daens), cujo nome inspira o título da obra, assume a Igreja. Aproveitando-se da ocupação de seu irmão, um jornalista local, Daens denuncia o sistema opressor capitalista e sua atuação sobre as pessoas, escancarando a incompatibilidade entre as condições de trabalho da época e uma vida digna. O