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14 de março sábado: Acharam entre as Canárias, mais perto da Grã- Canária.
22 de março domingo: Ás dez horas, pouco mais ou menos, houve vista das ilhas de Cabo Verde, ou melhor, da ilha de S. Nicolau.
Segunda-feira: ao amanhecer Vasco de Ataíde, se perdeu da frota com sua nau, sem haver tempo forte nem contrário para que tal acontecesse.
21 de abril terça-feira: estando da Ilha obra de 660 ou 670 léguas, toparam alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas comprida.
Quarta-feira: pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buchos.
Neste dia, avistamos terra na qual pôs o nome o Monte Pascoal e a terra – a Terra da Vera Cruz.
Quinta-feira: pela manhã, fizemos vela e seguimos em direitos a terra, Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Na noite seguinte, ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as naus, e especialmente a capitânia.
E sexta pela manhã, às oito horas, pouco mais ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o Capitão levantar âncoras e fazer vela
Ao sábado pela manhã mandou o Capitão fazer vela, e fomos demandar a entrada, a qual era mui larga e alta de seis a sete braças. Entraram todas as naus dentro; e ancoraram em cinco ou seis braças – ancoragem dentro tão grande, tão formosa e tão segura, que podem abrigar-se nela mais de duzentos navios e naus. E tanto que as naus quedaram ancoradas, todos os capitães vieram a esta nau do Capitão-mor.
À tarde saiu o Capitão-mor em seu batel com todos nós outros e com os outros capitães das naus em seus batéis a folgar pela baía, em frente da praia. Mas ninguém saiu em terra, porque o Capitão o não quis, sem embargo de ninguém nela estar. Somente saiu — ele com todos nós — em um ilhéu