Da universalidade ao equilíbrio
Centro de Ciências Sociais e Humanas
História das Relações Internacionais I.
1. Fichamento I: Da universalidade, ao equilíbrio. Richelieu, Guilherme D’Orange e Pitt.
- O que os historiadores chamam de sistema europeu de equilíbrio de poder nasceu no século XVII do colapso final da aspiração medieval à universalidade – conceito de ordem mundial que era o amálgama das tradições do Império Romano e da Igreja Católica.
- Nesse espírito, os estados feudais da Alemanha e do norte da Itália estavam agrupados sob o Sacro Imperador Romano. No século XVII, esse império teve potencial para dominar a Europa. A França, de lindes distantes, a oeste do rio Reno, e a Inglaterra eram para ele estados periféricos.
- Mas durante a maior parte da era medieval o Sacro Imperador Romano não teve esse controle central. Uma razão foi a falta de transportes e comunicações adequados, dificultando a ligação em territórios tão extensos. Porém a razão mais importante foi ter o Sacro Império Romano separado o controle da igreja do controle do governo.
- Na Europa Ocidental, o conflito potencial – e às vezes efetivo – entre o papa e o imperador criou as condições para a separação e o constitucionalismo, base da democracia moderna. (...) O que, por sua vez, conduziu a uma Europa fragmentada, colcha de retalhos de ducados, condados, bispados e cidades. (...) Nas fímbrias da Europa, a França, a Inglaterra e a Espanha não reconheceram a autoridade do Sacro Império Romano, embora continuassem parte da igreja universal.
- Só quando a dinastia de Habsburgo afirmou sua pretensão quase permanente à coroa imperial, no século XV, e através de casamentos prudentes ganhou a coroa espanhola e seus imensos recursos, foi possível ao Sacro Imperador Romano aspirar traduzir suas pretensões universais em um sistema político.
- Nesse exato momento, o enfraquecimento do papado sob o impacto da Reforma frustrou a perspectiva de um império europeu hegemônico.