Da Horda ao Estado
Eugène Enriquez, professor emérito da Universidade Paris VII, estabelece pontes teóricas entre a sociologia e a psicanálise. Por meio do seu texto A Horda ao Estado, ele vem trazer essa fragilidade do indivíduo mediante a sua autonomia, colocando questionamentos a respeito da submissão do sujeito. Resgatando de uma forma singular os pensamentos de Freud e Marx usando-os como base para seus estudos, tendo como referência a essencial a teoria analítica. O diferencial do Enriquez é justamente pensar na psicanálise pela entrada do social.
Por meio da psicanálise o homem consegue desvendar seu inconsciente e o reconhecimento de uma atividade psíquica. Através da teoria analítica ele mostra as características do ser humano que o torna um ser pulsional. Durante a sua obra é abordado conceitos importantes sobre questionamentos dos indivíduos e seus vinculo sociais, levando-nos a enxergar um longo e progressivo processo de reflexão, tratando-se de uma sociedade regada de paradoxo, em que por vezes o indivíduo reconhece sua condição, sabendo até que é possível questionar, porém não consegue alcançar sua plena autonomia devido ao conflito identificatório. Enriquez fala dessa valorização das relações pessoais e essa individualização da sociedade onde o meio social vai ganhando outras características que perde esse conceito de identidade. Essa troca de experiência entre social e indivíduo exige um desgaste o que retrata o sujeito humano como um sujeito social. Enriquez coloca questões tais como: “Por que o ser humano obedece facilmente e serve voluntariamente?”, mostrando o seu desprezo a forma de submissão revelada pelo sujeito. A sociedade é portadora de uma angustia por cobrar dos indivíduos os sentidos dos prazeres e as condições poucos favoráveis de estar bem devido a inúmeras influências de fenômenos sociais. Cria-se uma polêmica entre o relacionamento com o outro, a questão do narcisismo, a valorização de cada indivíduo. Essa