Córtex Cerebral
Psicólogos americanos demonstraram que o equilíbrio emocional, aquele que permite, por exemplo, que uma criança de cinco anos aprenda a protelar uma recompensa (uma bala) para poder conseguir um benefício maior (ir ao cinema mais tarde), é mais importante que a inteligência como determinante do sucesso na vida adulta. Nos EUA muitas empresas importantes já utilizam uma medida chamada “QE” (Quociente emocional) em vez do famigerado “QI” (Quociente Intelectual) na escolha do pessoal do escalão superior. De nada vale, para um candidato a gerente, ser inteligente e saber computação se é um estourado ou um assediador sexual.
O equilíbrio emocional não é inato: se adquire, e não necessariamente em colégios caros; as crianças aprendem em casa ou com os pares a não se atirar no chão, aos berros, para obter determinado brinquedo; aprendem a entender que a satisfação instantânea dos desejos não é sempre o melhor. Equilíbrio emocional não significa insensibilidade... Equilíbrio emocional quer dizer sentir as emoções e reagir a elas, mas mantendo um grau de controle sobre a resposta. A criança que protela uma bala para ganhar algo melhor, gosta da bala como qualquer outra mas aprende que há coisas mais importantes. Insensibilidade só tem os psicopatas...
As emoções dependem dos afetos e sentimentos. Sabe-se que estes têm um papel importante na vida cognitiva do sujeito; na memória, por exemplo, e em tudo o que dela depende. Que é muito: a memória nos permite ser quem somos; é a fonte da nossa individualidade como pessoas ou como comunidades. Eu sou quem eu sou porque me lembro quem eu sou, me lembro dos fatos de minha vida. Um país é um país porque lembra de sua história, de seu passado coletivo... Aprendemos e evocamos melhor as memórias que se vinculam com nossos afetos e sentimentos. Não lembramos, ou lembramos mal, as coisas afetivamente insignificantes. Lembramos para sempre do colo da mãe ou dos olhos de nossa primeira