CÁPSULAS DE BIODIVERSIDADE
A comunidade zooplanctônica é constituída em sua maioria por animais microscópicos que habitam a coluna d’água. Especificamente em ambientes de água doce, esses animais são classificados como protozoários, rotíferos e microcrustáceos. O fitoplâncton, produtor primário da cadeia animal, é alimento para organismos zooplanctônicos, que por sua vez são alimento de outros animais, incluindo larvas de peixes.
No decorrer do processo evolutivo, os organismos do zooplâncton desenvolveram uma série de estratégias comportamentais, para sobreviver ás adversidades que os afetavam.
Se tratando de reprodução dos zooplanctôns, ela pode ser partenogenética ou sexuada, dependendo da espécie. Eles ainda possuem a variabilidade de serem ovíparos ou vivíparos.
Há um caso especial, que acontece em organismos zooplanctônicos rotíferos, cladóceros e copépodos. Eles produzem um tipo de ovo especial na reprodução, os chamados ovos de resistência, que representa uma estratégia comportamental (já citadas anteriormente) para a perpetuação da espécie, quando os fatores ambientais forem limitantes.
O fato de esse ovo ser diploide garante a variabilidade genética do mesmo. Eles são escuros e apresentam uma parede rígida, e em alguns casos com espinhos e saliências. Quando são liberados, eles podem permanecer em estado de latência por longos períodos. A variação de temperatura e o longo período de latência comprovam a capacidade de resistência dos mesmos.
Uma pesquisa do Laboratório de Ecologia do Zooplâncton (UFMG), sobre a ocorrência e a viabilidade de ovos de resistência no reservatório da Pampulha está obtendo novas informações sobre a composição da comunidade zooplanctônica local. Com o passar dos anos, o reservatório da Pampulha, que abastecia a população de Belo Horizonte, teve sua utilização descartada, por fatores ambientais, no caso a poluição. Em casos como esse, a produção de ovos de resistência representa uma estratégia importante