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A variação do PIB de um ano para o outro é importante porque retrata um momento específico.
Para enxergar as tendências de longo prazo, no entanto, o melhor é usar médias de períodos maiores. O gráfico abaixo mostra que, nos dez anos encerrados em 1993, o PIB brasileiro cresceu a uma média de 2,8% ao ano, um número inferior ao verificado no restante do mundo.
Nos anos seguintes, a economia foi perdendo força até 1999, quando o país teve um desempenho muito pior do que a média dos demais. Houve um salto em 2000, seguido por um período de estabilidade. A partir de 2006, o PIB nacional passou a crescer com mais força, até alcançar a média mundial em 2011. No ano seguinte, voltou a se descolar dos demais países.
Dito de outro modo, o gráfico mostra que, apesar do “pibinho” do ano passado, no acumulado dos últimos dez anos ainda estamos bem melhor do que os países ricos. Porém, voltamos a crescer menos que a América Latina e do que a média do mundo.
Após um ano de estagnação, em razão da crise financeira mundial, a economia brasileira retomou o crescimento em 2010. E acelerou fundo: nos dois primeiros trimestres do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu acima de 9%, o suficiente para expor os riscos de superaquecimento - e os obstáculos que ainda estorvam o crescimento sustentável. No segundo semestre, o PIB deu os primeiros sinais de desaceleração. No ano, o PIB cresceu 7,5%, a maior expansão em 25 anos. Mas o país não deve repetir o mesmo desempenho em 2011 - nem em 2012. A aceleração da inflação brasileira já se traduz em aperto monetário e corrosão de renda, o que esfria a economia. Adicionalmente, a economia continuará a sofrer com a enxurrada das importações e não contará mais com uma base fraca de comparação fraca, como foi 2009.