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A retomada da borracha natural
O Brasil já foi o maior produtor de borracha natural do mundo. Hoje, importa quase 2/3 do que consome.
SÃO PAULO - A seringueira (Hevea brasiliensis) é uma árvore nativa da região amazônica. Nas últimas décadas do século XIX até a primeira metade do século XX, o Brasil foi o maior exportador de borracha do mundo. No entanto, a partir de 1860, ficou difícil atender a enorme demanda dos países que estavam em franca expansão industrial, principalmente os Estados Unidos.
Até então, no Brasil, os índios usavam a borracha para fabricar um calçado parecido com um chinelo. Só que havia um inconveniente: com o calor do sol, o látex acabava derretendo e ficava pegajoso. Isso foi bem antes da invenção do processo de vulcanização, em 1839, por Charles Goodyear. Depois de utilizar uma mistura de enxofre e borracha crua em alta temperatura, Goodyear descobriu um material de maior elasticidade, resistência e durabilidade.
Em junho de 1876, o inglês Henry Wickham conseguiu contrabandear 70.000 sementes para o Jardim Botânico de Londres, em Kew Garden. Do total contrabandeado, apenas 2.397 germinaram. Foram encaminhadas para o Ceilão (atual Sri Lanka) e para Malásia 1.900 mudas.
Mas o Brasil não perdeu o posto de maior exportador de borracha natural do mundo apenas por causa do contrabando e da concorrência asiática. Na Amazônia, como o espaço entre uma seringueira e outra é grande, a produtividade tende a ser mais baixa, uma vez que um menor número de árvore por área.
O bilionário norte-americano Henry Ford I até que tentou implantar um seringal com árvores mais próximas umas das outras no vale do rio Tapajós, a 1.500 quilômetros de Belém. Só que ele não levou em consideração o ambiente quente e úmido que favoreceu a disseminação do fungo Microcyclus ulei responsável pelo Mal-das-folhas. Já no Sudeste Asiático, o clima quente e seco não é propício ao desenvolvimento da doença.
Atualmente, 90% da produção mundial de borracha se