Curso de introdução à Economia Política - Cap 2 - Paul Singer
Para Ricardo, a ciência econômica podia e deveria determinar as leis que presidem a repartição do produto social entre as diferentes classes da sociedade, mesmo tendo muito pouco a dizer a respeito do volume total do produto. Para ele, a repartição do produto era o verdadeiro objeto da economia.
Paul Singer apresenta a teoria da repartição da renda sobre a ótica das escolas Marginalista e Marxista. Ao fim confronta as duas a fim de mostrar em que medida a realidade da economia capitalista confirma ou não os pressupostos e os resultados de cada uma. Teoria Marginalista. Os marginalistas dizem que, a cada rendimento corresponde determinado fator de produção e esses rendimentos constituem (por exemplo, ao lucro corresponde o fator trabalho). Pressupõe-se que a combinação de trabalho, capital e recursos naturais é que compõem a atividade produtiva. Há nessa teoria a dificuldade de se distinguir lucros de juros, isso por conta deles terem sido vistos com certa igualdade por muito tempo. Supunha-se que os juros fossem a remuneração do capital ( o que os capitalistas ganhavam) e que o trabalho de gerir recursos produtivos era remunerado pelo lucro. Essa era a posição neoclássica. Porém para Keynes, é a remuneração do capital em sua forma monetária, com liquidez máxima. Na versão pós-keynesiana têm-se basicamente fatores de produção e o centro do problema está em saber como se reparte o produto pelos vários rendimentos. Tal problema é resolvido pela escola marginalista a partir da teoria dos rendimentos decrescentes. Na combinação dos fatores, a medida que se aumenta um fator, mantendo os demais constantes, os rendimentos desse fator decrescem, ou seja, na medida em que se aumenta a participação do mesmo fator, fatalmente se chega a uma redução do fruto que se consegue graças a essa adição. Esse fruto se reduz até chegar a zero. O raciocínio