Curdistão, breve histórico

O Curdistão, como Estado independente, já existiu e tem grande história. Na antiguidade, chegou a ser conquistado pela Pérsia, nos séculos XI e XII ganhou autonômia e acabou incorporado ao Império Otomano no século XVI. Logo após a Primeira Guerra Mundial, com a dissolução deste império, as potências se reuniram com o intuito de criar Estados na região em que poderiam exercer forte influência. Nesse contexto, em 1919, o então líder curdo, xeque Mahmoud Barzanji, se autoproclamou rei do Estado Independente Curdo. Logo foi deposto e, então, no ano seguinte, cogitou-se a criação de um Estado para os curdos com fronteiras bem definidas através do Tratado de Sèvres. Para decepção curda, esse tratado acabou por não ser ratificado e, inclusive, renunciado pelo Tratado de Lausanne de 1923 que delimitou as fronteiras da Turquia e retirou a autonomia dos curdos, que se localizam especialmente ali. Enquanto isso, Churchill chegou até a cogitar também a criação do Curdistão na Conferência do Cairo em 1921, mas foi logo convencido pelo Iraque a não fazê-lo e dar ao próprio Iraque alguns territórios curdos. Politicamente, ademais, não havia um líder o qual os britânicos pudessem confiar como subserviente aos seus interesses. A partir disso, os curdos se revoltam e organizam várias revoltas num período que ia da década de 20 até o meio da década de 40, no Iraque e na Turquia.
Na sequência, com o acontecimento da Segunda Guerra Mundial, os britânicos e o exército vermelho invadem o Irã em 1945-1946. Com isso, há vácuo de poder em algumas áreas e os curdos se aproveitam: em 1946 é proclamada a República do Estado do Curdistão, também conhecida como Governo Nacional do Curdistão. O Estado curdo foi apoiado pelos soviéticos e ficou conhecido também por República de Mahabad. Para nova frustração da população curda, ela durou apenas onze meses, até os soviéticos saírem dali. Irã e Iraque retomam suas fronteiras e os curdos passam a ser