Cura por remedios
Antonio Maspoli de Araújo Gomes1 Vanessa Ponstinnicoff de Almeida2
Resumo O judaico cabalístico de Lilith emergiu como paradigma simbólico para a compreensão dos eventos que envolvem a mulher contemporânea em suas relações com a sociedade numa perspectiva não cristã. Esta pesquisa busca explicitar as relações do mito de Lilith com a construção da subjetividade feminina e sua importância nos fenômenos de integração da mulher na sociedade ocidental.
Palavras chaves: Mito, Lilith, Feminino
1. Introdução A mulher do século XXI conquistou sua liberdade e sua igualdade jurídica perante a comunidade dos homens, contudo, a figura feminina continua envolta em uma bruma de mitos e de ignorância sobre seus papeis sociais. O papel que a mulher ocupa na sociedade atual demonstra claramente as conseqüências deste fato construído historicamente e que estabelece as normas que orientam sua posição no círculo social. Compreender essa dinâmica ao longo do tempo é essencial para que se identifiquem os
Teólogo e psicólogo jungiano. Doutor em Ciências da Religião pela UMESP. Pos doutor em História das Idéias pelo IEA da USP. Membro do Laboratório de Psicologia Social Estudos da Religião da USP. Professor do Programa de Pós Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Fundador da Escola Superior de Teologia desta Universidade.
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Psicóloga Clínica formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e aluna do curso de Especialização em Psicologia Clínica Junguiana pelo Instituto Sedes Sapientae - CRP N. 06/ 85252.
fatores que interferem na imagem feminina e em suas possibilidades de alcance nos mais variados setores da sociedade. A mulher contemporânea é mãe, profissional, esposa e ainda deve encontrar tempo para cuidar de si. Nesse sentido, o presente estudo se propõe a compreender alguns aspectos do inconsciente e suas relações com o mito de Lilith à partir da Psicologia