EUA aprovam Truvada, 1ª pílula de prevenção ao vírus da AIDS Antes só usado no tratamento, Truvada pode agora ser utilizado para evitar a doença. No Brasil, a droga já foi registrada e, portanto, pode ser comercializada O FDA, órgão do governo americano que controla drogas e alimentos, anunciou nesta segunda-feira a aprovação do Truvada, fabricado pelo laboratório Gilead Sciences, como primeira pílula para ajudar a prevenir a contração do HIV em grupos de alto risco. O órgão ressalta, porém, que o medicamento é incapaz de evitar a doença sozinho: deve ser usado com outros meios, como a camisinha. "O Truvada é para ser utilizado na profilaxia prévia à exposição, em combinação com práticas de sexo seguro, para prevenir as infecções do HIV adquiridas por via sexual em adultos de alto risco. O Truvada é o primeiro remédio aprovado com esta indicação", afirmou o FDA. Com a decisão do FDA, médicos estão autorizados a prescrever o Truvada nos Estados Unidos a grupos como prostitutas ou casais em que um dos parceiros é soropositivo. Ricardo Shobbie Diaz, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), porém, afirma que, como os estudos mais conclusivos até o momento dizem respeito a homens que fazem sexo com homens, a droga deve inicialmente ser indicada para esse grupo. José Valdez Madruga, infectologista e coordenador de Pesquisa em Novos Medicamentos do Centro de Referência e Tratamento de Aids (CRT), de São Paulo, também afirma que, por enquanto, os estudos com resultados mais fortes analisaram grupos homossexuais. A posição definitiva do FDA veio dois meses após o órgão ter se mostrado favorável a um estudo que indicou que o medicamento pode reduzir de 44% a 73% o risco de contração do HIV em homens homossexuais. Na mesma semana, um comitê do FDA se reuniu e os especialistas se posicionaram a favor do uso do Truvada para esses fins. O Truvada é encontrado no mercado americano desde 2004 como tratamento para pessoas infectadas com HIV.