Cultura
Maria Isabel Brandão de Souza Mendes*
Terezinha Petrucia da Nóbrega**
RESUMO
A cultura de movimento é compreendida como critério organizador do conhecimento da Educação Física. Diante da relevância desse conceito para a área, buscamos ampliar as reflexões no que se refere às relações entre corpo, natureza e cultura, por meio de aproximações epistemológicas entre estudos que problematizam as oposições inconciliáveis na leitura desses fenômenos. Diante das análises realizadas, ressaltou-se que a cultura de movimento compreendida a partir do entrelaçamento entre corpo, natureza e cultura pode provocar os debates teóricos e as intervenções na Educação Física, ligando práticas, modos de ser, de fazer e de viver diferentes realidades sociais e históricas.
PALAVRAS-CHAVE: Corpo – Natureza – Cultura – Conhecimento
INTRODUÇÃO
Existem vários discursos que se referem à organização do conhecimento da Educação Física, como o discurso da aptidão física, da aprendizagem motora, do desenvolvimento motor, que, em sua abordagem desenvolvimentista, priorizam os estudos das Ciências Naturais. Outros discursos amparados pelas Ciências Humanas e Sociais procuram ultrapassar as explicações naturalizantes do movimento humano e concebem o objeto da Educação Física como fenômeno cultural. Destacam-se, então, o termo “cultura corporal” proposto pelo Coletivo de Autores (1992), o termo “cultura corporal de movimento” proposto por Mauro Betti (1996) e por Valter Bracht (1992, 1999) e a “cultura do movimento” proposto por Elenor Kunz (1991, 1994).
Diante dessa diversidade de referenciais existentes e no intuito de contribuir com o debate argumentativo sobre o conhecimento da Educação Física, resolvemos interrogar a cultura do movimento compreendida como proposição epistemológica.
O termo cultura do movimento tem sido divulgado na Educação Física brasileira a partir dos estudos do professor Elenor Kunz