Cultura
O trecho a seguir foi retirado do livro Temas de Filosofia, de Maria L. Aranha e Maria H. Martins, ed. Moderna, pág. 224.
“A cultura de massa, às vezes chamada arte de massa, é constituída por aqueles produtos da indústria cultural que se destinam à sociedade de consumo e que visam responder ao "gosto médio” da população de um país ou, em termos de multinacionais da produção, do mundo.
A cultura de massa caracteriza-se por ser produzida por um grupo de profissionais que pertence a uma classe social diferente do público a que se destina; ser dirigida pela demanda, passando, portanto, por modismos; ser feita para um público semiculto e passivo; o “povo”, nesse caso, é só o alvo da produção, não sua origem; ela pode também visar o divertimento como meio de passar o tempo.
A cultura de massa pressupõe a existência da indústria cultural, de um lado, produzindo artigos em série para serem consumidos pelo público; e, de outro, a "massa", um número indeterminado de pessoas (quanto mais, melhor) despidas de suas características individuais - de classe, etnia, região, e até mesmo de país - que são tratadas como um todo razoavelmente homogêneo, para o qual a produção é direcionada.
Por essa razão, essa produção visa atender ao chamado "gosto médio" tendo, também, de deixar de lado as características específicas de classe, de região, de gosto, para assumir certa homogeneidade que não causará "indigestão" a ninguém. Dentro da cultura de massa, encontramos dois tipos de produtos: o que é criado pela indústria, dentro de seus modelos, e o que é adaptado a partir de uma obra já existente. Nesse último caso, a fórmula utilizada é a da "pasteurização", que tira o que uma obra de arte tem de expressivo, de diferente, de novo, de específico, para oferecer uma versão pálida e inócua, um arremedo de arte, que parece, mas não é.
Um exemplo concreto é a música sertaneja, cuja matriz é a música caipira, de viola (arte folclórica, portanto). Quais as transformações