cultura
Essa aula visa apresentar o conceito antropológico de cultura e o seu desenvolvimento, para que se compreenda a diversidade cultural que marca a espécie humana, e também mostrar a influência que a cultura exerce no comportamento social e como diversifica a humanidade, apesar da sua unidade biológica.
A conciliação da unidade biológica com a diversidade cultural da espécie humana é um dilema que percorre a história e é o ponto central de muitas polêmicas. Por isso, desde a Antiguidade os homens se preocupam e se surpreendem com os diferentes modos de comportamentos existentes entre os povos.
Mas, quatro séculos antes de Cristo, Confúcio já disse que: “A natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantêm separados”.
Quanto a essa preocupação com a diversidade cultural, é importante citar Montaigne sobre os costumes dos índios Tupinambá, que, diferente de muitos outros relatos, disse: “cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra.” E sobre o costume da antropofagia, comentou: “Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade, mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos…” (Pode-se dizer que Montaigne teve um pensamento pioneiro de relativismo cultural – este tema ainda será estudado).
Para se constatar a diversidade cultural não é preciso voltar ao passado, nem conviver com povos isolados que vivem em lugares longínquos. Ela está presente no nosso próprio mundo considerado civilizado:
- na Inglaterra se dirige do lado direito; entre os ciganos da Califórnia a obesidade é indicador de virilidade; os hindus não comem carne de vaca e os muçulmanos não comem carne de porco; o suicídio não é uma prática incomum no Japão (em algumas situações é um ritual e sinônimo de heroísmo); o nudismo é aceito em praias europeias, enquanto nos países muçulmanos as mulheres andam com o corpo todo coberto; no norte do Brasil o ato de parir é considerado um “descanso” e no sul a