Cultura
Pois bem: o ponto de partida do livro é a discussão da conciliação entre a unidade – biológica – e a diversidade cultural da espécie humana. Tal discussão vem desde a antiguidade até a época moderna, e não se explica por meio dos determismos historicamente defendidos – nem somos resultado exclusivo do local onde vivemos, nem somos inteiramente dominados por nossos genes.
Um dos conceitos defendidos na obra, e que serve para iniciar um diálogo com ocrowdartizing, é: “o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação”. A endoculturação seria a resultante que explica , por exemplo, por que homens e mulheres agem diferentemente. Se fizermos necessária transposição para a discussão proposta no blog, poderemos perceber que a produção coletiva toma essas diferenças – nas crenças, na forma de agir, na visão de mundo – como vantagens para o enriquecimento do processo criativo.
A premissa comum é o ímpeto de compartilhar ideias e produções, até isso visto por um prisma individual – quando compartilhar, o quanto compartilhar.
A obra discute o etnocentrismo, que impõe ao indivíduo uma série de restrições decorrentes da visão do “outro”, um ser dotado de estranheza. Tomada em proporções exacerbadas, beira à xenofobia. Relativizada, propõe a observação como um misto de curiosidade e desejo do estabelecimento de relações de correspondência. Numa comunidade colaborativa, é essa última postura que deve prevalecer. Os diálogos permitem a síntese, a mútua influência, uma rica fonte de recursos para a criação. O reconhecimento do outro traz consigo a oportunidade de uma outra visão. Por outro lado um xenófobo, por mais erudito que seja, não passa de um reles especialista em si mesmo.
O oposto ao etnocentrismo é a apatia, igualmente improdutiva no sentido colaborativo, por ser em essência a perda da motivação que une o grupo. A fim de combater a apatia, de impedir a