Cultura e imperialismo
Edward W. Said busca descrever de modo geral as relações entre ‘Ocidente metropolitano’ e os ‘territórios ultramarinos’ com base nos textos europeus, nos seus discursos e estereótipos (literaturas estruturadas de sentimento que sustentam as práticas imperiais). Não negligencia dessa vez a reação do domínio ocidental – o grande movimento de descolonização no Terceiro Mundo com as resistências culturais e armadas em locais específicos. Percebe tanto as relações entre nativos e metrópole quanto às ‘outras culturas’ como alternativas políticas ao imperialismo. A cultura e as formas estéticas derivam da história. O objetivo é o exame geográfico da experiência histórica. A invocação do passado ainda é uma estratégia para as interpretações do presente. O empreendimento imperial depende da cultura para promover a posse de um Imperium como conjunto de experiências sob a presença de dominados e dominadores: a subordinação do colono. Os procedimentos imperiais foram além de práticas econômicas e decisões políticas, por isso promoveram a cultura nacional. Utilizam-se duas definições de culturas. De um lado, refere-se à cultura como prática e saberes populares ou mesmo disciplinares especializados – protótipo do romance realista moderno. Nações e narrações se entrecruzam, quando a terra remete, como objeto de disputa imperialista, a uma narrativa para definir a propriedade e planejamentos futuros. De outro lado, o conceito de cultura é significado pelo refinamento e elevação (o melhor de cada sociedade) associando-se, muitas vezes, ao Estado ou à Nação – cultura como fonte de identidade. A cultura se mostra como campo de batalha entre indivíduos que pertencem a sua nação e tradições, mas eles denigrem as outras culturas.
São justaposições de populações e vozes, o imperialismo moderno e as experiências sobrepostas de orientais e ocidentais. Encontra-se uma disputa interminável e a confusão política sangrenta perante a diferença. Nas narrativas