Cultura Surda - Libras
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46.
UNIDADE 2
Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O
Mundo do Surdo
Nesta unidade, vamos conhecer este sujeito de quem viemos falando na primeira unidade. Falamos da sua história, seus direitos e seus fundamentos educacionais. Agora iremos conhecer quem é este que chamamos por “Surdo”. A importância desta descrição se dá especialmente porque quando falamos de uma concepção sócio-antropológica ou epistemológica (concepções do ponto de vista educacional, psicológico, sociológico) não podemos confundir com concepções biológicas. O sujeito Surdo do ponto de vista das ciências da saúde (biológicas) definese por um corpo danificado. O ser deficiente que precisa ser curado e/ou reabilitado. Porém, estamos aqui para falar deste sujeito como um ser social, independente de suas limitações, dificuldades. Falamos aqui do Surdo como um sujeito capaz, parte da sociedade e que possui identidades próprias, cultura e também uma língua diferentes dos demais que habitam o mesmo espaço, pois os que ouvem terão outras identidades, outra língua e outra cultura – a ouvinte.
Ao focalizar a representação da identidade surda em estudos culturais, tenho de me afastar do conceito de corpo danificado para chegar a uma representação da alteridade cultural que simplesmente vai explicar a identidade surda. O conceito de corpo danificado remete a questões de necessidade de normalização, o que significa trabalhar o sujeito surdo do ponto de vista do sujeito normal ouvinte (PERLIN, 2005).
Para Brasil (2004) quebrar o modelo-padrão, a ideia de deficiência é enxergar as restrições de ambos: Surdos e ouvintes. Por exemplo: enquanto
Surdos não conversam no escuro,